São estudos que trabalham predominantemente com material discursivo ou outras formas de linguagem e suas questões norteadoras se referem a objetos cuja natureza não admite resposta numérica. Desse modo, as dimensões da qualidade , nesse enfoque, se situam na interface com a subjetividade. Alguns pontos de convergência na comunidade qualitativa são: a crítica ao paradigma da ciência positivista, pretensamente neutra e objetiva, considerada inadequada para apreender a dimensão simbólica inerente aos processos e relações sociais e a recusa a considerar uma pesquisa qualitativa pelo mero uso de determinadas técnicas. Trata-se de um domínio eminentemente interdisciplinar, mas com “acordos básicos”: premissas de cunho político, epistemológico, ontológico e crítico, compreendendo a realidade como construção. O termo crítico se refere à capacidade de estranhar, distanciar-se, inclusive dos nossos pressupostos e referenciais, para compreender os fenômenos humanos. O paradigma interpretativo nega a  existência de apenas uma “realidade”, apontando para  múltiplas expressões, produtos da forma como os indivíduos, grupos ou coletividades percebem, interpretam e agem no mundo, em conexão com a materialidade da existência. O objetivo desse enfoque de pesquisa é compreender e transformar a realidade sócio-sanitária, contribuindo para a reconstrução contínua da teoria. Pesquisa Qualitativa é, portanto, uma abordagem com implicações no campo linguístico ou discursivo, orientada pelas ciências humanas e sociais, que se ocupa de como o mundo é percebido/ experienciado e interpretado, ou seja, considera a alteridade, no mundo da vida. Em suma, não se trata apenas de uma ruptura com o paradigma quantitativo-positivista, mas também de uma abordagem com implicações sociais, culturais, éticas e políticas muito distintas.